quarta-feira, 3 de agosto de 2011

La maison dieu

Se dez batalhões viessem à minha rua 
E vinte mil soldados batessem à minha porta 
À sua procura 
Eu não diria nada 
Porque lhe dei minha palavra 

Teu corpo branco já pegando pêlo 
Me lembra o tempo em que você era pequeno 
Não pretendo me aproveitar 
E de qualquer forma quem volta 
Sozinho p'rá casa sou eu 

Sexo compra dinheiro e companhia 
Mas nunca amor e amizade, eu acho 
E depois de um dia difícil 
Pensei ter visto você 
Entrar pela minha janela e dizer 
- Eu sou a tua morte 
Vim conversar contigo 
Vim te pedir abrigo 
Preciso do teu calor 

Eu sou 
Eu sou 
Eu sou a pátria que lhe esqueceu 
o carrasco que lhe torturou 
o general que lhe arrancou os olhos 
o sangue inocente 
de todos os desaparecidos 

O choque elétrico e os gritos 
- Parem por favor, isso dói 

Eu sou 
Eu sou 
Eu sou a tua morte 
Vim lhe visitar como amigo 
Devemos flertar com o perigo 
Seguir nossos instintos primitivos 
Quem sabe não serão estes 
Nossos últimos momentos divertidos? 

Eu sou a lembrança do terror 
De uma revolução de merda 
De generais e de um exército de merda 
Não, nunca poderemos esquecer 
Nem devemos perdoar 
Eu não anistiei ninguém 

Abra os olhos e o coração 
Estejamos alertas 
Porque o terror continua 
Só mudou de cheiro 
E de uniforme 

Eu sou a tua morte 
E lhe quero bem 
Esqueça o mundo, vim lhe explicar o que virá 
Porque eu sou, eu sou, eu sou.


R.R.F

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O Terrível

Nenhum Grande Mestre é normal, o único que difere um do outro é o tipo
de loucura. (GM Victor Korchnoi)


sexta-feira, 17 de junho de 2011

T$G

Às vezes tento compreender aquilo que não sei
explicar. De que materia estúpida e tola são feitas
as mentiras tão necessárias imprudentes? Todos nós
precisamos mentir? por amor, amizade, respeito e
consideração, mas especialmente pelo prazer e pelo
medo, pelo prazer de enganar e pelo medo de dizer a verdade.
Quem diz a verdade, se expõe e fica a mercê do
julgamento e da tirania dos hipócritas que dizem: não
fale, não ouça, não veja, não sinta, apenas finja,
finja que acredita, que os sentimentos são lâminas
cegas esterelizadas, que cortam sua pele
superficialmente sem jamais atingir sua alma. Mais e aí ? 
Todos os dias sorrimos, afirmando que somos felizes, pela
vida regrada, pelas paixões mal resolvidas, pelos
desejos confinados e principalmente pelo prazer
momentâneo, efêmero e insano de pequenos fragmentos do
que chamamos de felicidade. Analise e reflita, jamais
houve na humanidade quem predominou tanta vaidade.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Marcianos Invadem a Terra

Diga adeus e atravesse a rua
Voamos alto depois das duas
Mas as cervejas acabaram, e os cigarros também
Cuidado com a coisa coisando por aí
A coisa coisa sempre, também coisa por aqui
Seqüestra o seu resgate
Envenena a sua atenção
É verbo e substantivo, adjetivo e palavrão
E o carinha do rádio não quer calar a boca
E quer o meu dinheiro
E as minhas opiniões
Ora, se você quiser se divertir
Invente suas próprias canções
Será que existe vida em Marte?
Janelas de hotéis, garagens vazias
Fronteiras, granadas, lençóis
Existem muitos formatos
Que só têm verniz
E não tem invenção
E tudo aquilo contra os que sempre lutam
Exatamente tudo aquilo que eles são
Marcianos invadem a Terra !
Estão inflando meu Ego com ar
E quando acho que estou quase chegando
Tenho que dobrar mais uma esquina
E mesmo se eu tiver a minha liberdade
Não tenho tanto tempo assim
E mesmo se eu tiver a minha liberdade
Será que existe vida em Marte?

sábado, 7 de maio de 2011

"E foi assim que tudo mudou. Essa é a história do Coração Empedrado e do Coração Escondido. 
Cada qual, formando um elo de duas tristezas ao mesmo tempo".













                                                                                           

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Me leva pra sair.


Me leva pra sair
que não sou mais daqui.
Não conheço mais essa gente
que sempre conheci.
Me leva pra sair
que só te ouvir falar já me faz tão bem.
Com você
qualquer lugar é a minha casa.

Me leva pra sair
e vamos errar todas as placas
e acordar em qualquer outro lugar.
Porque não importa onde amanhecer
desde que eu esteja com você
sem ter que olhar pela janela
sem querer viver.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Diário de um deprimente.

No post anterior, contei sobre meu maior sonho.. Pensando bem, acho que meu maior sonho é poder voltar no tempo. No tempo em que era criança e não precisava me preocupar com nada, eu não me preocupava com nada. Era rodeado de amigos.Um cidadão comum, porém bem visto.Sabia como chegar, sabia como sair. Sabia agradar ao próximo e sabia magoar também. Bem vindo em qualquer lugar. Amigo de todos, inimigo de poucos. Inocente de tudo. Gostava der ler e de escrever. Preferia ler, saber mais sobre os outros, sobre o mundo, sobre a vida. Não dormia um dia sem que aprendesse alguma coisa diferente. Explorava o interior das pessoas, tentava entender seus sentimentos, queria ajudar, só não sabia como. De qualquer forma ajudava, da melhor ou da pior maneira, que seja, sempre dava certo. Distante nunca. Nunca fui de abandonar algum amigo ou amiga por pior que fosse a situação. Se tinha algo de errado, falava, encontrava o erro e consertava, e então tudo voltara a ser como era antes. Perfeito. Sempre otimista, queria ser reconhecido. Queria cantar, queria dançar. Dançar agarradinho. Adorava skate, e acredite, eu mandava bem parceiro. Contudo, os dias foram passando, e sem que olhasse para trás, segui meu caminho, conheci pessoas novas, influências ruins, porém marcantes. Mudei meu rumo, mudei estilo, mudei rotina. Causei polêmica, parentes e ex-amigos, agora me odiavam. Era diferente, fiz rombos nas orelhas, perfurações e tatuagens. Escola era luxo. Matava aula pra beber, fumar e namorar. Não fazia sentido sentar em uma cadeira de uma sala pequena, cercada por um bando de pessoas inúteis ouvindo um professor falar o que já sabiam. Já odiava escola. Fui reprovado, mais críticas ouvi... mãe decepcionada, pai bravo... Revolta a tona. Mudei denovo, dessa vez pra melhor. Mais compreensivo, menos agressivo. Presente nas reuniões familiares, ausente nas vidas alheias. Corria de amigos. Já que não me identificava com ninguém. Era sempre contraditório com tudo e com todos. Tinha uma opinião concreta e única. Amigo verdadeiro? Te apresento o "espelho", sempre dizia se estava gordo, se estava magro, feio ou bonito, sozinho, mais sozinho ainda, pra sempre sozinho. Continuava fumando, continuava bebendo, meu maior refúgio. Hipócrita. Não acreditava em ninguém, tinha medo de todos. Arisco. Já não saía, não falava e não escrevia. Já não lia mais. Preso numa depressão profunda e duradoura. Agora pessimista e individualista. Só pensava besteira. Chorava o dia todo, todos os dias. Perturbado, melancólico, resolvi procurar ajuda. De início fui receitado uns remédios. Tomei, ajudou bastante, mais não o suficiente. Precisava de algo a mais, algo que estava dentro de mim mesmo. Descobri o tal da "Liberdade de expressão". Comecei a me expôr para todos. Desabafei com psicólogos, mais nada adiantou. Procurei a Deus, frequentei igrejas, confortei-me. Dias e meses se passaram, pensei que se houvesse outro método, iria descobrir, dessa vez sozinho. Acreditava em que me acostumar, talvez seria a unica solução. Tentei, consegui!

As vezes penso, tento imaginar como seria minha vida, se fosse um mar de rosas... Se é, eu não sei, já não sei diferenciar alegria de tristeza. Acredito, que a cada dia que passa, me sinto melhor, rejuvenescido, mais interessante e menos deprimente.
Talvez se pudesse voltar no passado, faria as coisas acontecerem de maneiras diferentes. Não fugiria de amigos, não fugiria da escola... aceitaria conselhos vindos até de bandido. Trocaria idéias, compartilharia sentimentos outra vez. Ajudaria e pediria mais ajuda. Ficaria bem perto de pessoas boas, conheceria pessoas melhores.
Não me arrependeria de tudo que já teria feito.

Mas como a vida é uma caixinha de surpresas, e nunca saberemos o que ela nos tem reservado..
A cara é esperar!